Os olhos são o espelho da alma, e segundo teimosia eles não reflectem a minha alma .
Sei por certo quem sou, mas de um outro prisma concordo com a oportuna frase que um dia me ficou na consciência, no fundo não sou quem realmente sou.
Dias desgastantes, após noites infindáveis, terminaram por findar o que restava do meu ser em mim, acabaram por me tornar num outro eu. Um eu que não pára de rir, que parece superar tudo e todos, de ignorar desgostos e desgraças com uma simples e única forma de virar o rumo de tudo.
Certamente que como qualquer outro ser a dor do tanto que em segundos se reduz a tão pouco, da perda do pouco que nos mantém a vontade de persistir, de lutar por um dia feliz, deixa marcas, deixa traumas... O que persistiu dentro de mim após tudo o que tem ocorrido, e neste tudo encontram-se tantas vivências que irão morrer dentro de mim, que mancharam a maneira de agir de alguém que já não é por certo a mesma pessoa.
O que resta do verdadeiro eu? Talvez a desafortunada alma que nada esquece, e nada deixa para trás, nem mesmo a mágoa e o rancor que se mantém desde sempre e permanecerá até ao ultimo suspiro que o meu coração tenha vontade de dar...
Eu não sou eu! Não porque tenha vergonha de demonstrar quem sou, mas sim por medo de reviver o passado.
O verdadeiro eu jaz em toda a arte que possa criar, em tudo o que realmente amo, em tudo aquilo que ainda consigo confiar...